Buriti: um tesouro do Cerrado Brasileiro

O buriti (Mauritia flexuosa) é uma planta típica do Cerrado, considerada uma das mais singulares e abundantes palmeiras do país. Alastra-se em brejos e regiões pantanosas, servindo como um indicativo de que existe água na região.

A espécie caracteriza as Veredas, tipo de vegetação presente no bioma cujo solo superficial proporciona umidade mesmo em períodos secos, tornando-se refúgio da fauna e flora, assim como local de abastecimento hídrico para os animais.

Esguia e elegante, essa palmeira mede entre 20 e 35 metros de altura. Suas folhas lembram o formato de estrelas. Floresce quase o ano todo, especialmente de abril a agosto. Seus frutos demoram de sete a 11 meses para maturarem, mas não são todos os buritis que produzem frutos: essa dádiva é exclusiva das fêmeas.

A importância do buriti para o ecossistema

O buritizeiro tem grande importância por alimentar e fornecer abrigo para outras espécies. Seus frutos servem de alimento para a ema, macaco-da-noite, jabuti, veado-mateiro, queixada, anta, dentre outros. Plantas também usam a palmeira para sobreviver. A orquídea baunilha-gigante, por exemplo, é uma espécie que depende dos troncos do buriti para se estabelecer.

Para os rios, o buriti é crucial. Ele pode chegar até a conservar locais alagadiços, de água pura e permanente. Em locais onde as nascentes estão secando é recomendado plantar a palmeira, assim como árvores de ingá, sangra-d’agua, entre outras.

Os benefícios e propriedades do buriti

Para os humanos, o buriti também é de grande serventia. Dele é extraído delicioso palmito e a polpa de seu fruto pode dar origem a doces, sucos, licores, vinhos e até sorvetes. Já o óleo extraído da fruta tem valor medicinal para os povos tradicionais do Cerrado, que o utilizam como vermífugo e energético natural. Também pode ser utilizado para fritar peixe, fabricar sabão e cosméticos.

O buriti ainda possui uma das maiores quantidades de caroteno – ou vitamina A – entre todas as plantas do mundo. São 30 miligramas por 100 gramas de polpa, sendo 20 vezes mais que a cenoura. O líquido é usado contra queimaduras, proporcionando alívio imediato e auxiliando na cicatrização. Por absorver radiações no espectro ultravioleta, também é um eficiente filtro solar.

Das folhas, retiram-se fibras que são usadas na confecção de artigos como cestas, cintos, agendas, chapéus, sandálias etc. Com os pecíolos (talos) das folhas são fabricados brinquedos, rolhas de garrafa e papel higiênico. Do estipe, espécie de caule, pode ser extraído até açúcar.

O buriti foi imortalizado nas obras de Guimarães Rosa, sendo citado inúmeras vezes no clássico Grande Sertão Veredas.

Doce de buriti artesanal

Na edição de dezembro da Caixa Colonial você pode ter a chance de provar o verdadeiro doce de buriti feito artesanalmente pelos quilombos da comunidade Kalunga, na região da Chapada dos Veadeiros. Além do doce de buriti, acompanha no kit outros produtos típicos da região. Faça parte do clube e valorize os sabores do Brasil.

Jeferson Jess

Fundador da Caixa Colonial, um clube de produtos regionais e artesanais por assinatura que valoriza o pequeno produtor local

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